Andante maestoso. Acabo de ver no Mezzo, por mero acaso, uma gravação de 94 da 5.ª Sinfonia do Tchaikovski, dirigida pelo Claudio Abbado. E como sucede sempre que ouço esta peça do grande russo fico num estado de grande exaltação interior, em especial no quarto andamento, arrebatado e portentoso, com aquele final impensável que não termina nunca. Qualquer coisa de único e genial -- tanto ou mais do que o Adagio lamentoso da sinfonia seguinte, a última por sinal, que termina também duma forma inusitada, em patético apagamento, como dias depois da sua conclusão se extinguiria o compositor dela, tristemente.
Brahms. Já se deram conta do balanço dos Quartetos com Piano de Brahms?
Escritório. e pareceu-me que não devia deixar para trás os sons e as imagens que me vão acompanhando registá-los é pagar o tributo que a mim próprio devo pelas escolhas que fiz oh, nada de excessivamente intenso, e muito menos de exclusivo, vereis, mas a minha vida seria outra se nunca ouvisse o tempo infindo que vai do ataque orquestral à entrada do piano no primeiro concerto de Brahms, Barbirolli e Barenboim, no caso, ou o coral sintetizado de Tony Banks em Selling England by the Pound, e toda diferente, não fora a leitura dos dois volumes da edição Castilho da Correspondência do Eça, entre o Estoril e o Cais do Sodré, ainda sem metro, e do Tintim (com m) no País do Ouro Negro, em velha tiragem da Flamboyant este o registo, entre um soneto de Antero e um solo de Jimmy Page o mais será escrever na areia
Ricardo António Alves
[nota de 2015: início com o primeiro post do meu blogue Abencerragem, faz hoje dez anos. Aqui vou armazenar quase tudo o que tenho escrito na blogosfera, preferencialmente sem imagens nem sons)