Flash Gordon. A ficção-científica por antonomásia.
César Franck.
Empolgante monotonia,
deslumbrante melancolia.
Doçura sem candura. Candido Portinari está em destaque no blogue O Século Prodigioso , a que este lugar castriano se associa. Portinari foi um dos grandes intérpretes de A Selva, transbordando o seu enorme talento num texto caudaloso, espesso e poderoso , como um braço do próprio Amazonas...
[s/título] e de repente percebeu que tudo aquilo por que lutara havia deixado de ser importante para as pessoas perguntava-se até se alguma vez o fora chegava a ter a impressão de que se sorriam dele surdiu-lhe uma angústia enorme o peito doía-lhe e comprimia-se vivera em vão e isso estava para além do que podia suportar
Meia Feira do Livro. As edições da Cinemateca são as mais bonitas.
Das pedras. Protágoras das pedras.
Ainda não me habituei a este blogue temático. Por isso só hoje noticio o que teria sido oportuno há uns dias atrás: no passado sábado, dia 20, o Prof. Luís Manuel de Araújo, pioneiro da egiptologia em Portugal e seu nome mais destacado, esteve no Museu Ferreira de Castro, no âmbito das «Conferências no Museu», para falar da forma como o escritor viu e sentiu o país dos faraós. De três textos possíveis, dois canónicos e um da chamada «primeira fase» (pré-Emigrantes), o egiptólogo abordou uma noveleta publicada na revista ABC no último trimestre de 1923, folhetim intitulado «A Vingança do Pharaó», contemporâneo do achado de Howard Carter, texto desconhecido da generalidade dos leitores; seguiu-se a análise do ensaio d'As Maravilhas Artísticas do Mundo (1959-1963) no que respeita aos testemunhos egípcios. Por falar, e guardado para posterior artigo, ficaram as notas de viagem de Pequenos Mundos e Velhas Civilizações (1937-1938). Entre um e outro texto, do folhetim eivado de egiptomania da juventude ao sereno percurso pelas maravilhas artísticas do país do Nilo, medeiam cerca de quarenta anos. Ter lá estado fez toda a diferença.
Viver até ao próximo Natal é, desde criança, o pedido que sempre faço ao Deus em que não creio.
O suplemento de sexta-feira do Diário de Notícias é o que de melhor se publica por cá em matéria de imprensa cultural. Além disso, herdou do seu antecessor as crónicas de um dos espíritos que mais admiro: Mario Vargas Llosa. No último número, evocando o recentemente falecido Jean-François Revel, em mais uma das suas brilhantes crónicas, frisava: «fomos amigos, e também, creio que posso dizê-lo sem parecer jactancioso, companheiros de barricada, porque nenhum dos dois se envergonhava de ser chamado um liberal, palavra que, apesar de todas as montanhas de insídia com que quiseram sujá-la nestas duas últimas décadas, continua a ser, para mim, como o era para Revel, uma palavra belíssima, parente de sangue da liberdade e das melhores coisas que aconteceram à humanidade, desde o nascimento do indivíduo, da democracia, do reconhecimento do outro, dos direitos humanos, da lenta dissolução das fronteiras e da coexistência na diversidade. Não há palavra que represente melhor a ideia de civilização e que esteja mais antagonizada com todas as manifestações da babrbárie que encheram de sangue, de injustiça, censura, crimes e exploração a história humana.» 6.ª -- Diário de Notícias, 19 de Maio de 2006
I am what I am. A série mais conhecida que Segar criou, Popeye, o Marinheiro, alberga um naipe de figuras pouco recomendáveis: o protagonista é um bem-intencionado razoavelmente estúpido e bruto -- tão bruto como o verdeiro Brutus, seu rival na disputa do coração de Olive Oyl (Olívia Palito), mesquinha e escanzelada; não escapa a criança Swee'pea (o Ervilha de Cheiro), por vezes sonso ou insolente, e quanto a Wimpy, glutão e escroque, nem vale a pena falar! Não é de admirar que a mais terrível vilã, Seahag (a Bruxa do Mar), seja tão semelhante nos seus traços ao «herói» Popeye. As personagens disformes de E. C. Segar são um reflexo da real fealdade das pessoas.