The house I live in. Paul Robeson, portentosa voz de barítono, traz-nos de longe a redenção dos escravos, a instância e a urgência da integração no deep south; a mão fraterna estendida ao compatriota que o oprime -- what is America to me?: uma casa comum para brancos e negros: the house I live in.
Recorrência. ... o pássaro na mão, e eu a pô-lo a voar.
Vanessa Sequeira. Ouvi a notícia da rádio, ainda meio ensonado, e pelo inusitado dela retive-a, mas sem grandes demoras -- uma tragédia a mais no fundo negro dos dias que passam. Hoje, via Tupiniquim, vejo a sua figura delicada postada no blogue de Altino Machado, leio que empreendia uma pesquisa de grande relevo na Amazónia, com importância económica, social e cultural. Apercebo-me até da nossa quase vizinhança aqui em Cascais, pois era filha do vice-presidente da direcção dos Bombeiros dos Estoris. Apetece-me postar também a fotografia em que Nesi, como era chamada, surge viva e estuante de promessas. Depois de conhecida a sua actividade, ela ganha uma aura dum encantador optimismo duma vida cheia de sentido, cuja interrupção, perpetrada por um detrito com forma humana, viria a desmenti-la.
Estou curioso para saber o que se oferece dizer à rapaziada do Compromisso Portugal sobre a rapaziada da General Motors-Azambuja.
Outras maneiras. Há gente que escreve com a boca cheia.
A oeste de Pecos. Um cacto floresce de noite no meu jardim, a oeste de Pecos.
Francis Obikwelu. impossível ficar indiferente a tanta classe.
O gosto entornado e os príncipes-sapos. Há gente sem arranjo, estragada. Por mais que nela apostemos, por maior que seja a nossa indulgência, acaba sempre por ficar aquém das nossas expectativas, acaba sempre por desiludir. Estou a lembrar-me dum pobre poeta de gosto entornado, coitado. Nunca deixará de ser o companheiro, amigo, palhaço desta vida. Ao invés, sei de pessoas com o plebeísmo estampado no rosto, alguma rudeza de modos, até, que acabam por revelar-se uns príncipes na finura das suas opções estéticas, na coragem de gostar pelas próprias cabeças.
Haydn com batatas fritas. Retomo a audição dos velhos LPs e reencontro a Orquestra de Câmara de Praga (sem regente), na clássica etiqueta Supraphon: sinfonias n.º 73 e 96, La Chasse e The Miracle, respectivamente das fases Esterházy e londrina. Gravação de há décadas, prensagem regasta pelas agulhas, como se no estúdio, em fundo, um operoso cozinheiro estivesse a fritar batatas. Mas, em contrapartida, que prazer reouvir os discos antigos!... Concedo que o advento dos CDs veio trazer uma limpidez imbatível aos registos da chamada «grande música», mormente da orquestral; quanto ao resto, porém, prefiro ainda o vinil. Nos compactos, o som pasteurizou-se; limpo em demasia, tecnicamente perfeito, eventualmente, retirando-lhe a sujidade-ambiente que eu diria fazer parte da música.
tempos modernos
desperdício
esperdício
sperdício
perdício
erdício
rdício
dício
ício
cio
io
o