Dylan rock & folk [George Jackson]. Dylan electrificado deu a polémica que se conhece, há pouco revisitada por Martin Scorsese no excelente «No direction home». Muito contestado pelos militantes do folclore, o músico pretendeu, nessa altura, agradar a gregos & troianos nos seus espectáculos: uma primeira parte mais folk e acústica, a outra mais rock e eléctrica. É o que se vê neste «George Jackson», tema nunca editado em álbum de originais: só que aqui -- imposições do mercado... --, a «Big band version» vinha no lado A e o Bob Dylan dos puristas, no outro.
His holy modal majesty. Mike Bloomfield. Há blues branco? Pergunta disparatada. Basta ir às discotecas com a respectiva secção para vermos que nem todos os músicos têm a tez escura... Há blues branco, há blues europeu (de John Mayall a Rory Gallagher), há blues tão branco que até é tocado por albinos, como é o caso de Johnny Winter, colaborador de eleição de Muddy Waters... Bloomfield foi um judeu de Chicago -- cidade dos blues, portanto --, guitarrista de outro judeu importante, um Zimmermann mais conhecido por Dylan; enquanto tal, é seu o dedilhar (também) eléctrico no álbum Highway 61 Revisited e na mítica «Like a rolling stone». Viveu e morreu num tempo que se esteve razoavelmente nas tintas para os blues; e ele respondeu com a progressiva degradação artística (faria música para filmes porno), e física, até ser encontrado morto por overdose no seu automóvel, ainda não completara os 38 anos. A ouvir, oh a ouvir!